"Jornada da vida" abusa da simpatia e da sensibilidade para traduzir a busca pela ancestralidade na cultura africana
O famoso ator francês Omar Sy, do sucesso de bilheteria "Intocáveis" (2011), retorna as telas de cinema com seu mais recente trabalho "Jornada da vida" (2018), do diretor Philippe Godeau (Um novo caminho),
em uma coprodução entre França e Senegal. Com estreia prevista para esta quinta-feira (18) nos cinemas,
o longa-metragem apresenta uma bela jornada do herói em busca de suas
origens no Senegal, nutrido pelo poderoso e ativo elo da amizade.
Para desbravar essa viagem, tem-se o personagem Seydou Tall (Omar Sy), um ator francês que viaja à trabalho para Dakar, capital senegalesa. Nesse local, ele encontra por acaso o jovem Yao (Lionel Louis Basse), um grande admirador de Tall que viaja mais de 300 quilômetros sozinho, para conseguir o autógrafo do ídolo.
Por
motivo dessa aproximação entre os dois, Tall decide acompanhar o
retorno de Yao até a sua comunidade chamada Kanel. Nesse trajeto pelo interior do
Senegal, o protagonista depara-se com os costumes locais, com os
contrastes sociais do país, com a receptividade e afeto das pessoas e,
principalmente, com o despertar para a sua própria ancestralidade. Ao
adentrar nesse mundo até então desconhecido para si mesmo, Tall,
confronta-se com o passado de sua família e como isso afeta sua vida
presente.
A cada trajeto percorrido, Tall e Yao alimentam a tessitura de uma relação de amizade e, por meio disso, o primeiro permite aos poucos seguir sua intuição de investigar o que existe de inquieto no seu âmago. Além da ajuda do jovem, o protagonista também conta com outros personagens incorporados no arquétipo de mentor para auxiliá-lo em sua empreitada, como a primorosa participação da cantora Glória (Fatoumata Diawara) ou na cena de um jantar oferecido por um casal de anciãos para Tall e Yao, em que a matriarca realiza um ritual na beira do rio e abençoa a jornada do ator francês.
A cada trajeto percorrido, Tall e Yao alimentam a tessitura de uma relação de amizade e, por meio disso, o primeiro permite aos poucos seguir sua intuição de investigar o que existe de inquieto no seu âmago. Além da ajuda do jovem, o protagonista também conta com outros personagens incorporados no arquétipo de mentor para auxiliá-lo em sua empreitada, como a primorosa participação da cantora Glória (Fatoumata Diawara) ou na cena de um jantar oferecido por um casal de anciãos para Tall e Yao, em que a matriarca realiza um ritual na beira do rio e abençoa a jornada do ator francês.
Com
imagens estonteantes da paisagem africana, tanto da natureza árida quanto das multidões de pessoas nas cidades, o filme
destaca algumas peculiaridades da cultura e misticismo do Senegal. O diretor explica o que ansiava transmitir no filme: "Para
além da beleza estética e exótica do Senegal, são principalmente os
valores inerentes à cultura do país que me comovem e que eu queria
transmitir no filme: a força da família, da transmissão, da empatia, da
fé que se percebe fortemente por lá".
Esses valores são vistos em "Jornada da vida" de modo delicado, leve e bem humorado, e traduzem a fragilidade e o desamparo de inúmeras pessoas distantes de suas origens, e o quão necessário é essa aproximação para o desenvolvimento de cada um no modo de olhar e confrontar as diferenças.
Esses valores são vistos em "Jornada da vida" de modo delicado, leve e bem humorado, e traduzem a fragilidade e o desamparo de inúmeras pessoas distantes de suas origens, e o quão necessário é essa aproximação para o desenvolvimento de cada um no modo de olhar e confrontar as diferenças.
Jornada da vida (Yao)
França/Senegal, 2018
Direção: Philippe Godeau
Roteiro: Agnès de Sacy, Philippe Godeau
Produção: Nathalie Gastaldo, Omar Sy, Philippe Godeau
Fotografia: Jean-Marc Fabre
Montagem: Hervé de Luze
Elenco: Omar Sy, Lionel Louis Basse, Fatoumata Diawara
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