11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba | A importância e alegria de conferir obras de cineastas mulheres na Mostra Retrospectiva

 

O blog CineBliss teve o privilégio de conferir no 11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba duas obras de cineastas mulheres que geralmente não costumam serem lembradas pela história do cinema mundial, a liberiano-americana Cheryl Dunye, e a belga Chantal Akerman (1950-2015), na Mostra Olhar Retrospectivo Su Fruedrich e outras imagens para o invisível.

A primeira teve uma sessão completamente cheia no sábado (04) à noite na Cinemateca com a exibição do filme "The Watermelon Woman" (1996). Com uma narrativa fluída e divertida, a diretora também protagonista empreende a jornada de descobrir quem foi a atriz negra do cinema mudo hollywoodiano identificada como "The watermelon woman", que interpretou diversos papéis nos filmes da diretora branca Martha Page. Em uma mistura entre narrativa ficcional e documental, Cheryl Dunye apresenta seu início de relacionamento afetivo ao lado de uma mulher branca, os conflitos com sua melhor amiga e, principalmente, a dificuldade de acessar documentos que a possibilite dar um nome para seu sujeito de pesquisa.

A obra de Cheryl Dunye sem sombras de dúvidas lança luz sobre como e quem escreveu a história do cinema hollywoodiano e concede uma tentativa de visibilidade ao trabalho de uma artista negra e lésbica apagada pela indústria do cinema. Essa possibilidade de testemunhar outras trajetórias de personalidades do cinema hollywoodiano que não seja da branquitude heteronormativa, impulsiona o despertar de histórias que visem uma abrangência de olhares, nesse caso da artista negra e lésbica. 

No caso da cineasta Chantal Akerman, o "Notícias de casa" (1976), exibido também na Cinemateca no domingo (05), apresenta uma exuberância de imagens da cidade de Nova Iorque da década de 1970, (período em que a belga morou na nos Estados Unidos) conjuntamente com a leitura de cartas escritas por sua mãe de Bruxelas. Com um ritmo singular e contemplativo, entre os barulhos de carros e metrôs ou os silêncios das ruas, observa-se a relação da diretora com sua mãe, a preocupação desta com a filha em outro país, os percalços financeiros da família, tal qual o amor de mãe.

O 11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba acontece até quinta-feira (09). Para maiores informações acesse: Olhar de Cinema

Comentários