"A pior pessoa do mundo" esbanja maturidade em questões relacionadas as mulheres através de uma personagem incerta sobre sua jornada
Países nórdicos saem na frente dos outros quando o assunto é igualdade de gênero, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia ocupam respectivamente as quatro primeiras posições em relação aos melhores lugares do mundo para as mulheres viverem. Com esse cenário mais favorável comparado com outras as nacionalidades, a personagem Julie (Renate Reinsve), uma jovem norueguesa desperta com frescor e vivacidade sua jornada no novo filme do diretor Joachim Trier (Thelma), "A pior pessoa do mundo" (2021), indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional e que estreia nesta quinta-feira (24) nas principais salas de cinema do Brasil.
Imersa em incertezas sobre qual rumo direcionar sua vida tanto no quesito profissional quanto amoroso, Julie se deixa fluir através do desfiladeiro de oportunidades que aparecem sem questionar suas vontades e seus anseios próprios. Ela inicia vários cursos na faculdade e acaba trabalhando como atendente em uma livraria, bem como estabelece duas relações afetivas com parceiros completamente distintos cujos desdobramentos lhe impulsionam a encarar de frente sua potência, suas fragilidades e o caminho do seu propósito.
São nesses relacionamentos experimentados pela protagonista, tanto com o cartunista 15 anos mais velho que ela, Askel (Anders Danielsen Lie), quanto o barista Eivind (Herbert Nordrum), que o filme chama atenção para sua trama e apresenta construções de romances pautadas no acaso, nas frustrações, nas divergências de opiniões como também em personagens dispostos a se relacionarem com aspectos reais de cada um, mas que não deixa de lado alguns lampejos de fantasia.
Nutrido por diálogos bem elaborados, dinâmicos e contemporâneos, principalmente no tocante à assuntos sobre as mulheres como maternidade, protagonismo da própria vida, emancipação, sexualidade e autonomia sobre o corpo, "A pior pessoa do mundo", dialoga com as pressões impostas para as mulheres em sociedades ocidentais ao mesmo tempo que vislumbra os possíveis ares de liberdade para tal cidadã norueguesa, não vistos com frequência em outras localidades que ainda estão posicionadas em níveis inferiores no quesito igualdade de gênero.
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