Sob o ponto de vista da personagem Amanda (Brídia Moni), uma pré-adolescente de 12 anos, quieta, focada na rotina disciplinar de uma atleta de natação e com pouca comunicação com os pais, a trama esculpe as angústias, as incertezas, as cobranças e os desejos dessa fase etária da vida de uma menina de classe média alta. Ao emergir em uma aproximação com a colega de treino Priscila (Kethelen Guadagnini), a jovem desperta para pulsões até então desconhecidas.
O filme começa e termina em cenas semelhantes da personagem imersa na piscina. Local este de extrema importância para Amanda não só no sentido da atividade física em si, como também de cunho simbólico, haja visto que este assume a condição de transmitir segurança e intimidade semelhante ao útero materno. Algo que não é visto na relação entre a mãe e a filha. As duas transitam por uma linha tênue de apreensão na forma de conviverem, seja nas constantes intervenções da genitora no cabelo da moça ou até mesmo da protagonista em querer esconder sua primeira menstruação da mesma.
As regulares imersões no fundo da piscina por parte da jovem nadadora, também alude desse ser o repositório das tensões que a cercam, o abrigo para fugir das sensações e como ambiente para fluidez desse corpo em expressar-se, competir, gritar, movimentar e aflorar. Corpo este que ganha destaque em praticamente todo desenrolar da narrativa visto não só na protagonista assim como em seus colegas de treino. Numa possível denotação das transformações da adolescência, tal qual como objeto de desejo entre os envolvidos.
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