Woody Allen reconhecido por seus personagens neuróticos, atrapalhados, inseguros, amedrontados, judeus e que riem de si mesmo, é hoje um dos grandes diretores do cinema mundial. Dono de um legado de mais de 40 obras cinematográficas, o cineasta que em 2015 completa 80 anos produz em média um filme por ano. Seu início de carreira vem dos palcos com o stand up, para depois se aventurar nas telas de cinema. Seus primeiros filmes tem características do tipo comédia pastelão (riso extraído de atrapalhadas que envolve movimentos físicos) para posteriormente se consolidar com as comédias sofisticadas, em que a base é o diálogo e várias referências culturais.
O diretor tem como marca registrada sua paixão pela cidade de Nova Iorque e em alguns de seus filmes realça essa idolatria ao comparar a cidade com outros lugares, em um de seus trabalhos recentes Tudo pode dar certo há até um passeio turístico por Nova Iorque. O relacionamento é um dos elementos que o diretor retrata em quase todas suas obras, os encontros casuais de suas personagens que resultam em história de amor, traição, brigas familiares ou até mesmo a morte. Esse último tema é algo extremamente discutido nos filmes do Woody Allen, ao ponto de em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa a personagem de Diane Keaton ao terminar o relacionamento com Allen diz que para separar os livros basta dar a ele todos com o tema da morte e o restante são dela.
Reconhecido por uma criatividade na obviedade, Woody Allen trabalha com a questão do encontro e não do amor, como alguns acreditam. Com sua visão niilista da sociedade, muitas de suas obras traz esse pessimismo da vida com o humor negro para suavizar e induzir a reflexão.
Vencedor de alguns Oscars o diretor geralmente não participa das premiações e uma de suas únicas aparições ao Oscar foi na celebração pós 11 de setembro para homenagear a cidade que tanto ama.
Para cativar mais fãs, o CineBlissEK fez uma lista com os dez melhores filmes do Woody Allen entre os 40 dirigidos, escritos e produzidos e torce para que outras pessoas também venham a apreciar as obras cinematográficas desse grande diretor.
Noivo neurótico, noiva nervosa
(Annie Hall), 1977
O primeiro grande sucesso do diretor Woody Allen, o filme narra a jornada do casal Alvy Singer (Woody Allen) e Annie Hall (Diane Keaton) desde do início do relacionamento com todo o encantamento até o término com as desilusões e mágoas. A história é contada de uma forma não linear e trás a todo momento referências culturais, ao ponto de ter a participação especial do pesquisador Marshall McLuhan. Além é claro das piadas com humor negro que conduzem a rotina do casal. O filme ganhou o Oscar de Melhor Filme de 1977 e é considerado uma das melhores comédias românticas por críticos do mundo todo.
Manhattan
(Manhattan), 1979
O filme inicia-se com uma carta de amor para a cidade de Nova Iorque ao som de Raphosy Blue de George Gershwin. Woody Allen em Manhattan traz novamente a metrópole americana junto com seu personagem neurótico Isaac Davis que namora uma adolescente de 17 anos, mas depois se apaixona pela amante do amigo vivido pela atriz Diane Keaton. O filme cheio de reviravoltas mostra as complicações do relacionamento e como é difícil lidar com as separações amorosas.
Match Point
(Match Point), 2005
Filme rodado em Londres, narra a ascensão do jovem ambicioso Chris (Jonathan Rhys-Meyers) que vê no casamento com uma mulher rica a forma ideal para ter dinheiro e poder, contudo seus deslizes com a amante sedutora Nola (Scarlett Johansson) o faz colocar em prática um plano um tanto quanto extremo. O diretor traz nessa história um drama misturado com suspense e a crítica a alta sociedade com suas festas e discussões culturais.
Hannah e suas irmãs
(Hannah and her sisters), 1986
A história familiar retratada na cidade de Nova Iorque e suas mudanças de estações, mostra o domínio de uma irmã bem sucedida Hannah (Mia Farrow) sobre todos os outros membros da família, mas ao mesmo tempo sua fragilidade é exposta quando seu marido começa a ter uma caso com sua irmã. O filme também traz Woody Allen como um produtor de televisão que após ter a suspeita de câncer cerebral, decidi procurar uma religião. Na trama há elementos familiares, relacionamentos assim como cenas hilárias que rendem boas gargalhadas.
Poderosa Afrodite
(Mighty Aphrodite), 1995
O casal Lenny (Woody Allen) e Amanda (Helena Bonham Carter) decidem adotar um filho, anos depois o pai resolve saber quem é a mãe verdadeira da criança pois acredita que seu filho é um gênio. Contudo quando ele descobre que a genitora do menino é de uma prostituta, ele fica perplexo e se vê na obrigação de ajudá-la. Ponto alto do filme são as cenas em que músicos aparecem em um templo grego para narrar a história vestidos de deuses. Uma comédia recheada de piadas, típicas do humor de Allen.
Meia noite em Paris
(Midnight in Paris), 2011
Um dos grandes sucesso de público nos Estados Unidos, o filme começa com belíssimas cenas de Paris para retratar o amor que a personagem principal Gil Pender (Owen Wilson) sente pela cidade. O roteirista americano idolatra os escritores que viveram na cidade das luzes na década de 1920 e sonha em um dia ser um escritor. Em uma de suas caminhadas noturnas por Paris, Gil descobre um jeito de voltar no tempo e vivenciar a época de ouro que tanto admira, essa experiência faz com que ele avalie sua capacidade de escrita e também seu relacionamento com sua noiva Ines (Rachel McAdams) completamente diferente dele. O filme conta com um ótimo roteiro, cenas lindas de Paris, e aparições fantásticas de personagens representando Pablo Picasso, Salvador Dalí, Luis Buñel, Ernest Hemingway, Scott e Zelda Fitzgerald.
Crimes e pecados
(Crimes and misdemeanors), 1989
O oftalmologista Judah Rosenthal (Martin Landau) ao ser ameaçado pela amante Dolores (Anjelica Huston) de revelar o caso amoroso à esposa, decide junto com seu irmão mafioso a tomar uma ação drástica para resolver a situação e continuar com sua vida. Paralelamente o diretor Cliff Stern (Woody Allen) vive seus dias de crise entre fazer um documentário com um professor de filosofia ou com um comediante renomado mas que lhe causa repulsa.
Vicky Cristina Barcelona
(Vicky Cristina Barcelona), 2008
Duas jovens americanas Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) decidem passar suas férias na ensolarada Barcelona, Vicky com seu temperamento conservador está noiva e gosta de sua vida toda certa sem tropeços para nada, já Cristina é completamente o contrário, aprecia aventuras e busca algo que nem ela mesma sabe o que. Quando as duas conhecem o sedutor pintor espanhol Juan Antonio (Javier Barbem) ambas se sentem atraídas por ele, mas cada qual do seu jeito. Cristina vai morar com ele, mas tudo muda quando sua ex-mulher, Maria Elena (Penelope Cruz) após tentar suicídio se vê morando na mesma casa do casal. Repleto de reviravoltas, o filme faz um tour por Barcelona com suas personagens confusas e seus relacionamentos caóticos.
A rosa púrpura do Cairo
(The purple rose of Cairo), 1985
A inocente garçonete Cecília (Mia Farrow) passa suas horas de folga no cinema assistindo o mesmo filme inúmeras vezes. Em uma das sessões a personagem principal do filme interpretado por Jeff Brigdes sai da tela para conhecer Cecília. Os dois acabam se apaixonando, mas a personagem sente a pressão de ter que voltar para as telas do cinema. O diretor Woody Allen nesse filme trabalha com a questão da realidade x fantasia.
Memórias
(Stardust Memories), 1980
O cineasta Sandy Bates (Woody Allen) durante a gravação de um filme vive seu período de crise por não querer ser mais engraçado. Junto com as pressões do relacionamento, executivos e alucinações ele questiona a vida e busca por um motivo para continuar a viver. Assim como Federico Fellini gravou o clássico 8 e meio que narra a crise existencial de um diretor de cinema, Woody Allen também quis retratar esse meio e dialogar com o universo felliniano.
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