Brussels International Film Festival (BRIFF) - "La maternal" flerta com a desconstrução da 'maternidade ideal'
O blog CineBliss teve o privilégio de conferir o título espanhol "La Maternal" (2022) durante a 6ed. do Brussels International Film Festival (BRIFF) que se encerra hoje (05) na capital belga. O filme dirigido por Pilar Palomero (Histórias de Meninas) integra a Mostra Competitiva Internacional junto com outros sete longas-metragens, e deliberadamente coopera para uma reflexão profunda e realista de como a maternidade se faz presente na vida de mulheres solos de classe social baixa e, especificamente neste caso, precoce.
Carla (Carla Quilez) é uma adolescente de 14 anos que passa a maior parte de seu tempo ao lado de seu melhor amigo realizando atos rebeldes e em conflitos com sua jovem mãe, Penélope (Ángela Cervantes). Ao receber a visita de uma agente do serviço social, ela é impactada com a notícia de estar grávida de cinco meses e é obrigada a viver em um lar destinado às garotas na mesma condição dela chamado La Maternal. Neste local, ela vê-se em contato com destinos trágicos de personagens femininas que carregam em seus ventres crianças que não foram planejadas.
Compelida a fazer a passagem para vida adulta por conta da gravidez e as demandas de responsabilidades que tal estado impõe, Carla cambaleia nesta transição contando com o apoio dos tutores da residência, das outras garotas e de sua mãe que possivelmente também tenha vivenciado a gestação prematura, mas como ela mesma expressa em uma das falas da narrativa "Teve que fazer tudo sozinha". Mesmo que mãe e filha estejam inseridas dentro de contextos geracionais distintos, é inegável o quanto a maternidade sobrecarrega a mulher e o quanto isso muitas vezes reverbera em gritos silenciosos no âmagos de tais corpos ou até mesmo refletindo no choro constante do bebê, como acontece no filme.
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