"Café Society", novo filme do diretor Woody Allen, é um mergulho no glamour dos anos 30 em Hollywood e Nova Iorque
O octogenário cineasta americano, Woody Allen (O homem racional; Meia-noite em Paris), estreou no final de agosto (25), seu mais recente filme "Café Society" (2016), nos circuitos nacionais de cinema. O longa, que abriu o Festival de Cannes esse ano, apresenta através de um romance leve, atraente e divertido, as expectativas depositadas em relações amorosas e as escolhas feitas por cada um dos envolvidos. Dividido entre as cidades de Nova Iorque e Los Angeles, o diretor, manteve-se fiel aos elementos marcantes de sua carreira, sem surpreender o público, e sim, em retratar uma narrativa açucarada, pinceladas nas idas e vindas do amor.
Para essa empreitada romântica retratada na década de 1930, o diretor dispões da fotografia estonteante de Vittorio Storaro - numa tonalidade amarelada -, em prol de apresentar a jornada do jovem ingênuo, Bobby (Jesse Eisenberg), quando este decide se mudar de Nova Iorque, para tentar a vida na ensolarada Los Angeles. Nesse novo ambiente, Bobby busca pela ajuda do seu tio Phil (Steve Carell), um empresário de estrelas de Hollywood, que após dar um chá de cadeira no rapaz, permite que ele trabalhe no escritório, como mensageiro. Concomitantemente, incumbe sua secretária Vonnie (Kristen Stewart), a tarefa de acompanhar Bobby pela nova cidade.
Bobby e Vonnie, logo começam a desfrutar de bastante tempo juntos, passeando por Los Angeles, visitando diversos lugares e debatendo sobre a alta sociedade de Hollywood. Com discursos parecidos e afinidade em abundância, Bobby declara sua paixão por Vonnie, mesmo sabendo de sua relação com outro homem. A jovem, lisonjeada com a confissão, afirma seu comprometimento com o namorado misterioso, no qual, Bobby descobre futuramente, ser o seu tio Phil. Armado o triângulo amoroso, Vonnie é pressionada a decidir com quem ficar.
Através dessa decisão, a trama volta para Nova Iorque, onde aprofunda-se na família tipicamente judaica de Bobby, em particular seu irmão Ben (Corey Stoll), um gangster que possui um certo senso de humor, do qual arranca boas risadas do espectador.
Através dessa decisão, a trama volta para Nova Iorque, onde aprofunda-se na família tipicamente judaica de Bobby, em particular seu irmão Ben (Corey Stoll), um gangster que possui um certo senso de humor, do qual arranca boas risadas do espectador.
Woody Allen, mais uma vez oferece ao seus fãs, um deleite de diálogos sarcásticos e inteligentes, focando em questões já trabalhadas pelo cineasta, como a cultura judaica, a morte, a paixão por Nova Iorque, e, as relações amorosas. Essa última, continua sendo a força motriz do diretor, alimento de alegrias, encantamentos, desejos e também de decepções e tristezas. Na trilha sonora, vale salientar, há um excelente repertório de jazz, embalando o coração de Bobby e de todo público.
Jesse Eisenberg, que atua pela segunda vez em um filme de Woody Allen - o primeiro foi em "Para Roma com amor"- consegue convencer o inconfundível estereótipo de protagonista do cineasta, com as neuroses, crises e dosagens precisas de humor. Já o diretor, em "Café Society" prefere o caminho já trilhado, sem sair de sua zona de conforto. Para os fãs de carteirinha, fica aquele gostinho de saudosismo de longas anteriores.
CineBlissEK
Ficha técnica:
Café Society (Café Society)
2016, Estados Unidos
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Produção: Edward Walson, Letty Aronson, Helen Robin, Stephen Tenenbaum
Fotografia: Vittorio Storaro
Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Blake Lively, Corey Stoll, Parker Rosey, Paul Schneider
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