O terror "Não abra!" reforça a necessidade de resgatar os costumes e respeitar as origens

 

 

A questão de famílias de imigrantes que rumam para outro país em busca de oportunidades ou fugindo de determinadas condições precárias de vida não é novidade no cinema mundial. Dessa forma tomar posse desse assunto e inseri-lo dentro do gênero do terror é a proposta do filme estadunidense "Não abra!" (2023), do diretor  Bishal Dutta que estreou na última quinta-feira nos cinemas. 

Para tal, tem-se a jovem Samidha (Megan Suri), uma adolescente em crise de identidade cultural com sua ascendência indiana e em conflitos permanentes com sua mãe.  Após distanciar-se de sua melhor amiga, Tamira (Mohana Krishnan), ela tenta se adaptar à uma realidade norte-americana. No entanto, certos eventos um tanto quanto estranhos começam a aparecer no modo de vida de Tamira o que a faz investigar o motivo de tal comportamento.

Sob tal premissa, observa-se a jornada de uma jovem em busca de entrar em contato novamente com suas origens e, consequentemente, seus costumes, valores, tradições e língua para lidar com a força maligna que ameaça a todos ao seu redor. 

Com várias sequências expostas através do método "jump scare", o filme trilha uma narrativa um tanto quanto previsível para o gênero com soluções fáceis para o desenrolar do conflito. Por outro lado, a inserção da monstruosidade vista por meio de tradições hinduístas possibilita deparar-se com outras sombras que atormentam o imaginário coletivo e, com isso, despertar uma paleta multicultural no cinema comercial de terror. 

CineBliss***

Ficha técnica: 

Não abra! (It Lives Inside) 

Estados Unidos, 2023 

Direção: Bishal Dutta

Roteiro: Bishal Dutta

Elenco: Megan Suri, Mohana Krishnan