O Festival de Cannes esse ano, esteve imerso em discussões envolvendo o lançamento de filmes diretamente via streaming (Netflix) sem percorrer o caminho habitual de distribuição. Isso ocorreu, devido ao longa-metragem que concorreu à Palma de Ouro, "Okja" (2017), do diretor Bong Joon-ho (Expresso do amanhã; O hospedeiro). O longa-metragem original da Netflix, teve sua estreia no final do mês de junho, para todos os assinantes do canal, sem dar o ar da graça em qualquer sala de cinema. Esse novo formato de distribuição de filmes, vem gerando inúmeros debates no meio cinematográfico.
"Okja", é o nome do porco criado em laboratório pela empresa Mirando, cujo nos primeiros meses de vida, é enviado para um produtor rural para desenvolver-se no meio natural. Assim como Okja, têm-se mais dezenas de porcos com destinos em diferentes partes do mundo. O motivo deve-se ao plano mirabolante da CEO, Lucy Mirando (Tilda Swinton), de sintetizar ciência com a natureza na criação de animais destinados ao abate. Para popularizar a ideia, Lucy elabora um concurso para eleger o maior porco no decorrer de dez anos. No fim desse período, o ganhador será apresentado por Johnny Wilcox (Jake Gyllenhaal), um famoso aventureiro da televisão.
Longe de todo burburinho, Okja vive nesses dez anos, tranquilamente na natureza ao lado de sua amiga humana, Mija (Ahn Seo-Hyun). Ao chegar o momento da partida do porco gigante para o concurso da companhia, a menina dominada pelo amor ao animal, luta contra todos para conseguir salvá-lo. Sem saber ao certo para onde ir, ou o que fazer, Mija, atravessa diversas provações para poupar o destino fatal de Okja. Ela encontra aliados ao lado do grupo de defesa dos animais, compostos por Jay (Paul Dano), Red (Lily Collins), K (Steven Yeun), Blond (Daniel Henshall) e Silver (Deron Bostisk).
Bong Joon-ho e Jon Ronson responsáveis pelo roteiro, constroem a narrativa sob dois viés, de um lado a amizade entre humanos e animais de um modo afetuoso, e do outro, burlesca ao retratar o universo corporativo e a sociedade em si. Também exploram didaticamente as diferenças do modo de vida da civilização versus a natureza. Como por exemplo, na forma de obter e preparar o alimento.
Vale destacar os personagens um tanto quanto bizarros de Lucy Mirando e Johnny Wilcox. A primeira, como a executiva psicopata evidenciando uma performance propositalmente artificial de Tilda Swinton, que está primorosa. Já o segundo, como representante do universo do entretenimento, apresenta o lado grotesco de todo o aparato publicitário do mercado capitalista.
Sem sombra de dúvida, o filme é um alarme sobre a produção desenfreada de carne animal para o consumo humano. Isso é algo gritante na cena dentro do frigorífico, com imagens de vários processos da produção. Essa sequencia, deixa de lado a ficção para dar espaço à denúncia documental. Ao lado disso, a versão animal do próprio homem com sua sede de lucratividade. "Okja", arranca do coração humano a sensibilidade para refletir a relação com os animais, de um modo satírico e comovente.
CineBlissEK
Sem sombra de dúvida, o filme é um alarme sobre a produção desenfreada de carne animal para o consumo humano. Isso é algo gritante na cena dentro do frigorífico, com imagens de vários processos da produção. Essa sequencia, deixa de lado a ficção para dar espaço à denúncia documental. Ao lado disso, a versão animal do próprio homem com sua sede de lucratividade. "Okja", arranca do coração humano a sensibilidade para refletir a relação com os animais, de um modo satírico e comovente.
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Ficha técnica:
Okja (Okja)
2017, Estados Unidos/ Coreia do Sul
Direção: Bong Joon-ho
Roteiro: Bong Joon-ho; Jon Ronson
Produção: Brad Pitt, Dooho Choi, Lewis Taewan Kim, Ted Sarandos
Elenco: Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal, Ahn Seo-Hyun, Paul Dano, Lily Collins, Steven Yeun,
Daniel Henshall, Deron Bostisk
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